As disputas políticas têm afetado de forma significativa as relações familiares nos últimos anos. Mesmo após o fim das eleições, muitas famílias ainda enfrentam dificuldades em se comunicar e se relacionar de forma saudável. Essas divergências têm causado, muitas vezes, um afastamento entre parentes que antes mantinham uma convivência harmônica.
Para os brasileiros que vivem no exterior, essa situação é ainda mais complicada. Muitos não conseguem mais conversar com seus familiares mais velhos, como pais e avós, sem que eles estejam presos em discursos de grupos de WhatsApp que disseminam fake News. Isso tem gerado um distanciamento ainda maior do que o distanciamento geográfico, e contribuído para o sofrimento dos que vivem longe do Brasil.
O distanciamento entre familiares pode gerar sentimentos de culpa e tristeza, já que a sensação de estar perdendo tempo valioso de troca e convivência com os que estão envelhecendo se faz presente a cada dia que passa. O fato é que muitos idosos estão vendo as discussões sobre o cenário político, como uma forma de se engajar com outras pessoas, fazer parte de um grupo com um "propósito maior" e sair do isolamento de uma vida com, cada vez menos, conexões interpessoais realmente construtivas.
Os conflitos políticos também podem gerar traumas psicológicos, principalmente quando os ataques são direcionados a características pessoais, como a religião, a raça ou a orientação sexual. Isso implica uma sensação de ameaça à integridade física e emocional de um indivíduo e tende a colocá-lo em uma posição de vulnerabilidade no convívio com a família e com a sociedade.
Essa situação pode ter muitos efeitos negativos na saúde mental dos envolvidos. A sensação de abandono e desamparo pode gerar sintomas de ansiedade, depressão e estresse. Além disso, a sensação de não ser compreendido ou não poder se expressar livremente pode gerar sentimentos de isolamento e solidão.
É importante lembrar que o diálogo é fundamental para manter uma convivência saudável e harmoniosa entre os membros da família. É preciso respeitar as diferenças de opinião e tentar compreender o ponto de vista do outro. Além disso, é fundamental separar as diferenças políticas das relações pessoais, pois elas não devem ser confundidas.
Para as pessoas que têm dificuldade em dialogar com seus familiares, é recomendado buscar ajuda profissional, através da psicoterapia. A terapia pode ajudar a lidar com as diferenças, a expressar sentimentos e emoções de forma adequada e a restabelecer o vínculo afetivo entre os membros da família.
Reconectar-se com parentes que estão agindo como extremistas políticos pode ser um desafio, mas é possível encontrar maneiras de restabelecer o vínculo afetivo e manter uma relação saudável e harmoniosa. Abaixo estão cinco dicas para ajudar nesse processo:
Tenha uma abordagem empática: É importante entender que as crenças políticas de seus parentes são profundamente arraigadas em sua identidade e experiências pessoais. Tente ouvir seus pontos de vista com empatia e sem julgamentos, buscando compreender suas motivações e perspectivas.
Encontre interesses em comum: Procure identificar áreas de interesse em comum com seus parentes, como um hobby, um programa de TV ou um esporte. Isso pode ajudar a criar uma conexão emocional positiva e ajudar a estabelecer um terreno comum para a comunicação.
Evite discussões políticas: Se a discussão política é um tópico que provoca tensão e conflito, é melhor evitá-lo. Em vez disso, tente focar em tópicos que são menos polarizados e que possam ser discutidos de forma saudável e respeitosa.
Use o humor: O humor pode ser uma ótima ferramenta para suavizar uma situação tensa. Tente encontrar formas de brincar e rir com seus parentes, sem ser depreciativo ou ofensivo.
Busque ajuda profissional: Se a situação estiver causando sofrimento emocional para você ou seus parentes, considere buscar ajuda profissional. A psicoterapia pode ajudar a estabelecer uma comunicação saudável e restaurar o vínculo afetivo entre os membros da família.
Em resumo, o extremismo político tem afetado as relações familiares de forma significativa, gerando um distanciamento entre pessoas que antes se nutriam a partir de uma convivência saudável e construtiva. Esse afastamento entre pessoas que se amam tende a afetar a saúde mental e a qualidade de vida de todos os envolvidos, já que há uma perda de conexão para aproveitar os bons momentos da vida e diminuição da rede de apoio para lidar com os problemas. É fundamental buscar formas de reconexão entre as pessoas, pois quando os membros de uma sociedade se isolam, abrem-se brechas para o crescimento de ideais ainda mais extremos, sejam eles de esquerda ou de direita.
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Quem escreve:
Camila Couto e Cruz é psicóloga com formação em Gestalt-Terapia e doutorado em Psicologia Social pela University of Queensland; uma das 50 melhores universidades do mundo, de acordo com o QS World University Ranking. Camila trabalha com psicoterapia na modalidade online, atendendo brasileiros que vivem no exterior através de uma abordagem dinâmica, voltada para a auto-regulação e ajustamento criativo do indivíduo. Agende uma sessão informativa sobre a psicoterapia online, sem nenhum custo, clicando aqui.
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