É comum ouvir de brasileiros que acabaram de chegar no exterior, que não querem fazer amizades com outros brasileiros. Um mês depois, lá estão eles nos churrascos da comunidade e em festas brazucas nas boates ou bares locais. É difícil chegar em um lugar novo sozinho, sem falar a língua, sem ter nenhum conhecimento sobre a cidade ou os costumes e sair fazendo amizades com pessoas do local. Eu disse difícil, mas poderia até dizer que é quase impossível num primeiro momento. O problema é que este primeiro momento se torna o segundo, o terceiro, o “para sempre” da vida da pessoa. Ela acaba entrando numa zona de conforto muito grande junto com os brasileiros porque falam a mesma língua e gostam dos mesmos tipos de eventos sociais. Assim, lá se vai o tempo do intercâmbio da pessoa... um tempo majoritariamente dedicado a fazer amigos de todo o Brasil e a aprender as gírias e expressões de outros estados brasileiros.
Anos se passam e a pessoa simplesmente não fala a língua local com fluência. Ao longo dos anos, ela teve preguiça de fazer programas diferentes com aquele colega de escola asiático ou deixou de ir para o jantar da igreja que o amigo africano convidou. Também não foi para as reuniões internacionais da escola ou usou aplicativos de amizades por interesse em comum como fotografia, escalada etc. Esse brasileiro, então, se torna o novo amigo dos brasileiros que vão chegando... aquele que conhece a cidade, que tem alguns contatos de emprego e que é o mais popular das festas brazucas. Talvez ele até trabalhe com só com brazucas. Ao seu redor, ele vê muitos saindo do nível básico da língua para se tornarem fluentes, conseguindo empregos menos braçais, conseguindo um visto permanente e assim por diante. Ele vai ficando para trás, sempre na mesma rotina. Aí vem a pergunta chave: será que é a amizade com brasileiros que atrasa a sua vida? E a resposta é NÃO.
O apoio da comunidade brasileira é importante no primeiro momento e provavelmente continuará sendo porque a maioria de nós vai precisar daquela conversa entre compatriotas para sentir o coração cheio de vez em quando. Falar dos seus costumes e saber que está sendo compreendido, dizer piadas com referências culturais e as pessoas rirem dela não tem preço. A necessidade de manter a cultura brasileira viva é parte constituinte da vida de quem vive no exterior.
Por outro lado, é necessário equilibrar essa vida dentro da nossa comunidade com a cultura local. Eu sei como é chato ter que falar outra língua que não o português num momento de lazer, mas é só assim que você fará amigos de outras nacionalidades ou até mesmo amigos locais. É fazendo o esforço de deixar de ir para o churrasco de sempre para ir a qualquer lugar com amigos de outras nacionalidades que você irá tornar o intercâmbio uma experiência transformadora.
Está tudo bem se você não fala 100% certo ou se nem sempre as pessoas te entendem, mas sempre vai haver uma forma de se comunicar e de se divertir com pessoas de outras nacionalidades. Acredite! A cada vez que você se expuser a situações novas, a sua ansiedade sobre o nível de proficiência da língua ou o velho “será que vão gostar de mim” vai diminuindo. Não se feche ao mundo brasileiro no exterior! Busque experiências novas, horizontes novos e se desafie a ser melhor do que você mesmo a cada dia.
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Dra. Camila Couto e Cruz é psicóloga com formação em Gestalt-Terapia e PhD em Psicologia Social pela University of Queensland; uma das 50 melhores universidades do mundo, de acordo com o QS World University Ranking. Dra. Camila trabalha com psicoterapia na modalidade online, atendendo brasileiros que vivem no exterior através de uma abordagem dinâmica, voltada para a autorregulação e ajustamento criativo do indivíduo. Agende uma sessão informativa sobre a psicoterapia online clicando aqui .
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