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Os impactos do machismo na vida dos homens que estão vivenciando a jornada da parentalidade

Writer's picture: Dra. Camila Couto e Cruz Dra. Camila Couto e Cruz

A jornada para a paternidade pode ser um caminho repleto de desafios e emoções complexas para muitos homens. Quando um casal enfrenta dificuldades para engravidar, o foco muitas vezes recai sobre a mulher, tanto em termos de diagnósticos quanto de apoio emocional. No entanto, os homens também podem ser aqueles que têm o problema de saúde que leva à dificuldade na concepção, portanto, também são profundamente afetados emocionalmente. Na jornada de homens que experimentam algum problema de fertilidade, o machismo é um fator que desempenha um papel significativo em agravar suas dificuldades.


Fatores Sociais e Pressões do Machismo

O machismo, um conjunto de atitudes e comportamentos que perpetuam a superioridade masculina e a opressão feminina, também impõe expectativas irreais e prejudiciais sobre os homens. Essas expectativas se manifestam de várias maneiras, especialmente no contexto da fertilidade e da paternidade.


1. Expectativas de Virilidade

A sociedade muitas vezes associa a virilidade masculina à capacidade de procriar. Quando um homem enfrenta dificuldades para engravidar sua parceira, ele pode sentir que sua masculinidade está sendo questionada. Esse sentimento de inadequação pode ser devastador, pois o machismo não permite espaço para a vulnerabilidade masculina. A pressão para demonstrar força e capacidade reprodutiva pode levar a um profundo impacto na autoestima e no bem-estar emocional dos homens.


2. Silêncio e Isolamento

O machismo frequentemente desencoraja os homens a falar sobre suas emoções e dificuldades. Como resultado, muitos homens que enfrentam problemas de fertilidade se isolam, carregando o peso do stress e da ansiedade sozinhos. Eles podem evitar discutir o assunto com amigos ou familiares, temendo julgamentos ou a percepção de fraqueza. Esse silêncio imposto pelo machismo pode exacerbar sentimentos de solidão e desespero.


3. Pressão para Resolver o Problema

Outra manifestação do machismo é a expectativa de que os homens devem sempre encontrar soluções para os problemas. No contexto da infertilidade, isso pode se traduzir em uma pressão intensa para "consertar" a situação, seja por meio de tratamentos médicos caros, mudanças de estilo de vida ou outras intervenções. Quando esses esforços não produzem resultados imediatos, o homem pode sentir que falhou em seu papel, aumentando o stress e a frustração.


Preconceitos e Estigmas Associados à Infertilidade Masculina


Os preconceitos sociais em torno da infertilidade masculina contribuem significativamente para os desafios enfrentados pelos homens nessa situação. Esses preconceitos perpetuam mitos e desinformações que podem ser prejudiciais.


1. Mito da Exclusiva Responsabilidade Feminina

Historicamente, a infertilidade tem sido vista como um problema feminino. Esse preconceito ignora o fato de que cerca de metade dos casos de infertilidade tem fatores masculinos envolvidos. A falta de conscientização e educação sobre a infertilidade masculina contribui para a perpetuação desse mito, colocando uma pressão injusta sobre as mulheres e deixando os homens despreparados para lidar com suas próprias dificuldades.


2. Estigma da Infertilidade Masculina

Homens que enfrentam infertilidade frequentemente lidam com um estigma significativo. A infertilidade pode ser percebida como uma falha pessoal ou uma deficiência, o que contraria a imagem de força e competência que o machismo impõe aos homens. Esse estigma pode impedir que os homens procurem ajuda médica ou psicológica, agravando o problema e dificultando o acesso ao tratamento adequado.


3. Impacto nos Relacionamentos

Os preconceitos e estigmas associados à infertilidade masculina podem criar tensões significativas nos relacionamentos. A falta de comunicação e o isolamento emocional podem levar a mal-entendidos e ressentimentos entre os parceiros. A pressão para manter uma aparência de normalidade pode fazer com que os homens evitem discutir seus sentimentos ou participem plenamente no processo de tratamento, criando uma desconexão emocional com suas parceiras.


Importância de Cuidar da Saúde Mental


Dado o impacto profundo do machismo e dos preconceitos sociais, é crucial que os homens cuidem de sua saúde mental enquanto tentam engravidar suas companheiras. A saúde mental é um componente essencial do bem-estar geral e pode influenciar a capacidade de lidar com os desafios da infertilidade.


1. Terapia e Aconselhamento

Procurar ajuda profissional é um passo importante para lidar com o stress e a ansiedade associados à infertilidade. A terapia pode proporcionar um espaço seguro para que os homens expressem suas emoções e aprendam estratégias de enfrentamento. A combinação dos aconselhamentos individual e de casal pode fortalecer a comunicação e a conexão emocional, ajudando os parceiros a enfrentar juntos os desafios da infertilidade.


2. Grupos de Apoio

Participar de grupos de apoio pode ser benéfico para os homens que se sentem isolados. Esses grupos oferecem a oportunidade de compartilhar experiências com outros homens que estão passando por situações semelhantes, o que pode reduzir o sentimento de solidão e fornecer novas perspectivas e estratégias de enfrentamento.


3. Educação e Conscientização

Aumentar a conscientização sobre a infertilidade masculina e desafiar os preconceitos sociais é fundamental para criar um ambiente mais acolhedor e solidário. A educação sobre as causas e tratamentos da infertilidade pode ajudar a desmistificar o problema e encorajar os homens a procurar ajuda sem medo de julgamento.


4. Autocuidado

Praticar o autocuidado é essencial para manter a saúde mental. Isso pode incluir atividades que promovem relaxamento e bem-estar, como exercícios físicos, meditação, hobbies e tempo de qualidade com amigos e familiares. O autocuidado ajuda a reduzir o stress e a melhorar o equilíbrio emocional.


Conclusão

O machismo e os preconceitos sociais desempenham um papel significativo em dificultar a experiência dos homens que estão tentando engravidar suas companheiras. As expectativas irreais de virilidade, o silêncio e o isolamento emocional, e a pressão para resolver o problema são fatores que agravam o sofrimento emocional desses homens. O estigma associado à infertilidade masculina também contribui para a falta de comunicação e desconexão nos relacionamentos.

Cuidar da saúde mental é crucial para os homens que enfrentam esses desafios. Procurar ajuda profissional, participar de grupos de apoio, aumentar a conscientização e praticar o autocuidado são estratégias importantes para lidar com o stress e a ansiedade associados à infertilidade. Ao abordar esses problemas de frente e desafiar o machismo, é possível criar um ambiente mais solidário e compreensivo para todos os envolvidos na jornada para a parentalidade.


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Quem escreve:

Camila Couto e Cruz é psicóloga com formação em Gestalt-Terapia e doutorado em Psicologia Social pela University of Queensland; uma das 50 melhores universidades do mundo, de acordo com o QS World University Ranking.


Camila trabalha com psicoterapia na modalidade online e presencial, atendendo pessoas que estão em busca do autoconhecimento através de uma abordagem dinâmica, voltada para a auto-regulação e ajustamento criativo do indivíduo.


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